Transformando a Saúde da Mulher através da Abordagem Humanizada: O Caso de Letícia Fumagalli da Silva

15/08/2023 16:53

“Minha motivação para humanizar a coleta do exame citopatológico não foi meramente um sentimento de ‘amor’, ‘empatia’, mas sim o inconformismo.”

A enfermeira Letícia Fumagalli da Silva se dedicou a revolucionar a abordagem na coleta do exame citopatológico. Sua motivação para essa mudança não se limitou a sentimentos de ‘amor’ e ‘empatia’, mas sim à sua insatisfação com o status quo. No âmbito do Programa de Pós-graduação em Gestão do Cuidado em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGPENF/UFSC), Letícia empreendeu uma pesquisa de mestrado que traria resultados notáveis e inspiradores. Ao concluir essa etapa em 2022, sua dissertação encontra-se disponível online na Biblioteca Universitária. O trabalho foi orientado pela professora Marli Terezinha Stein Backes, líder do Laboratório de Pesquisa, Tecnologia e Inovação em Enfermagem na Saúde da Mulher e do Recém-nascido (GRUPESMUR/UFSC), e revelou que uma abordagem humanizada por parte dos profissionais de saúde exerce um impacto profundamente positivo na saúde das mulheres.

Desde 2013, Letícia atua como enfermeira em Videira (SC) e, a partir de 2018, tornou-se responsável pela coleta do exame citopatológico do colo uterino. Também conhecido como “preventivo” ou “Papanicolau”, esse exame desempenha um papel crucial na prevenção e diagnóstico do câncer de colo de útero (CCU). Entretanto, Letícia percebeu que muitas mulheres não estavam seguindo a recomendação de realizar o exame regularmente, devido, em grande parte, à falta de um atendimento humanizado.

As mulheres que procuravam Letícia compartilhavam experiências desanimadoras em relação aos procedimentos médicos anteriores. Desde abordagens impessoais até a ausência de comunicação, os relatos apontavam para um tratamento inadequado. Letícia observou que havia uma necessidade urgente de criar um ambiente de respeito e empatia. Ela reformulou completamente o ambiente de atendimento, introduziu terapias complementares como música, aromaterapia e cromoterapia, e ofereceu roupas confortáveis durante o procedimento. Além disso, estabeleceu uma comunicação constante e clara, explicando cada etapa do procedimento, promovendo um ambiente de acolhimento e respeito.

Os resultados foram impressionantes. A implementação dessas mudanças resultou em um aumento significativo no número de exames realizados. A abordagem humanizada de Letícia não só melhorou a experiência das pacientes, mas também confirmou que a prática da enfermagem pode ser transformadora quando combinada com empatia e respeito.

O sucesso de Letícia não é apenas uma história inspiradora, mas uma chamada à ação para todos os profissionais de saúde. Ela nos lembra que cuidar de alguém vai além das habilidades técnicas; envolve compreensão, empatia e uma abordagem centrada no paciente. A pesquisa de Letícia ressalta a importância de ouvir as preocupações dos pacientes e demonstra como pequenas mudanças podem ter um impacto profundo na qualidade dos cuidados de saúde.

Seu trabalho pioneiro inspira uma nova maneira de pensar sobre o atendimento na área de saúde feminina. Ao disponibilizar sua dissertação na Biblioteca Universitária da UFSC, Letícia convida todos a repensar a maneira como cuidamos da saúde das mulheres e destaca o valor de uma abordagem humanizada em todas as áreas da saúde.

 

  • Para saber mais sobre o trabalho de Letícia, clique aqui;
  • Para saber mais sobre o Mestrado Profissional Gestão do Cuidado em Enfermagem, clique aqui.

 

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